Ok. O novo corte de cabelo. Eu mencionei há um ou dois posts atrás que tenho um novo corte de cabelo e que não estou de todo satisfeita com ele.
Nunca gostei de cabelo curto (pelo menos au naturel) em mim. Eu tenho a ideia, certa ou não, de que cabelo curto não me fica bem. Num minfeita, como diz uma tia minha. Conheço mulheres que ficam muito bem de cabelo curto e sempre quis ser uma delas. Mas, infelizmente para mim, não o sou. O que me atrai no cabelo curto é o facto de ser súper prático. Adoro poder acordar e ir à vida sem ter que me preocupar com o que fazer com a kindumba. Sou muito preguiçosa quando se trata de cabelo, por isso usei tranças muito tempo. Das outras vezes que tive cabelo curto foi num contexto em que a intenção era simplesmente apagar a ficha e começar tudo de novo. Um gesto provocado por uma intensa saturação com uma situação capilar insatisfatória. Nestes casos não se é muito exigente, o importante é que o estrago dos químicos ou de outros maus tratos desapareça e não deixe vestígios.
A minha situação actual de mãe de duas crianças pequenas que requerem muito do meu tempo e atenção, não me permite usar o tempo necessário que os cuidados de uma karapinha crescida exigem. Depois de ter entrado para o bombástico grupo Angolanas Naturais no Facebook, aprendi muito sobre a manutenção do meu cabelo e sobre como penteá-lo. Experimentei bastante (não vou dizer muito) e gostei de ter levado o meu cabelo a novas fronteiras antes desconhecidas ou proibidas. Mas cheguei a conclusão, pelas razões acima citadas, de que o melhor para mim neste momento é usar o cabelo curto.
O problema é que eu pareço só conseguir atrair “artistas” para cortar o meu cabelo! Não é a primeira vez que uso cabelo curto, mas é a primeira vez que passo para o curto vinda de uma situação em que me sentia plenamente satisfeita com o estado dele crescido, em que o cortar o cabelo não é um atirar dos braços para o ar num gesto de desespero, mas um acto proactivo de fazer com ele o que quero. Das outras vezes não me importei de andar com o cabelo feio, achei que era o preço a pagar para ser EU, mas desta vez já não aceito a ideia de ter de pagar qualquer preço que seja por isso.
O que eu quero agora é forma, não só cabelo curto, mas um corte de cabelo. Mas eu, ou tenho uma sorte terrível com cabeleireiros/barbeiros ou sou muito exigente! Com cada sapateiro que me aparece, nem vos conto. Desta vez até fui ao salão munida de muita inspiração, energia positiva e uma foto e tudo do corte que queria. Mas o wi desconseguiu. Não é possível!
Contudo, essa experiência inspirou-me. Inspirou-me a questionar essa ideia de que cabelo curto não me fica bem. Já que estou numa onda de desvendar os segredos escondidos na minha karapina, porque não investigar a veracidade desta também? Alhais, em vez de investigar, porque não afirmar simplesmente que é treta. Cabelo curto fica-me bem sim senhor! eu só ainda não descobri como usa-lo de uma maneira que me satisfaça. Por isso, está lançado o desafio a mim mesma: não vou deixar crescer o cabelo enquanto não tiver com um corte que eu sinta que está mara! Eu sei que ele existe, está por aí algures a esconder-se de mim.